Hoje e amanhã, o Projeto Manatí, parte do Programa de Conservação de Mamíferos Marinhos da ONG ambiental Aquasis, percorre a orla de fortaleza em busca de animais encalhados. O encalhe de animais nas praias é fenômeno comum na costa do estado do Ceará.
Além da busca por mamíferos marinhos vivos e carcaças de animais que vieram a óbito nos locais, o projeto faz uma intensa campanha de informação junto às comunidades costeiras e agentes estratégicos locais, como professores, pescadores, comerciantes, guias de turismo, escolas de surf, barracas de praia, corpo policial e de bombeiros. São divulgados telefones emergenciais de resgate da Aquasis e orientações sobre como proceder, ajudar e prestar primeiros socorros aos animais encalhados vivos.
Essa é a terceira expedição de monitoramento e educação realizada este ano pelo projeto, que conta com o patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental e apoio do SESC/CE. Desde 2010, quando foram iniciadas as atividades de monitoramento, já foram realizadas mais de 20 viagens e resgatados mais de 250 mamíferos marinhos, principalmente golfinhos e filhotes da espécieTrichechus manatus, o peixe-boi marinho.
A
equipe do Projeto Manatí monitora toda a costa do estado
periodicamente cobrindo trechos pré-determinados do litoral
cearense. No ano de 2014, foram percorridos os trechos
entre Pontal das Almas (município de Barroquinha) até a Praia de Almofala (Itarema) e o trecho entre a margem leste do Rio dos Torrões (Amontada) até a Praia do Icaraí (Caucaia). Nestas expedições foram
encontradas três carcaças de boto-cinza, mamífero marinho
com maior número de encalhes no estado, que sofre com a captura
acidental em redes de pesca. Dessa vez, o trecho monitorado foi a
orla de Fortaleza, da praia de Iparana até o Caça e
Pesca.
Segundo
Ana Carolina Meirelles, bióloga coordenadora do Projeto Manatí, “o processo de
monitoramento da costa e estudo detalhado das carcaças é muito
importante para a preservação dos mamíferos marinhos”,
principalmente para o peixe-boi, espécie pouco conhecida pela comunidade científica devido à sua
difícil observação.
Através
do registro das carcaças, a equipe do projeto pode extrair diversos
dados biológicos, como hábitos alimentares e reprodutivos, áreas
habitadas e principais causas de mortalidade dos animais encontrados. Ana Carolina explica: “é a partir desse conhecimento vital que nós podemos delinear ações
para a conservação das espécies, como os
projetos de proteção de áreas de manguezais ou o projeto de Lei Municipal
no. 9949 de 2012, que declara o boto-cinza como Patrimônio Natural
de Fortaleza".
Fonte: Portal o Povo
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