quinta-feira, 17 de julho de 2014

Terceiro monitoramento de praias do Projeto Manatí começa hoje


Hoje e amanhã, o Projeto Manatí, parte do Programa de Conservação de Mamíferos Marinhos da ONG ambiental Aquasis, percorre a orla de fortaleza em busca de animais encalhados. O encalhe de animais nas praias é fenômeno comum na costa do estado do Ceará.

Além da busca por mamíferos marinhos vivos e carcaças de animais que vieram a óbito nos locais, o projeto faz uma intensa campanha de informação junto às comunidades costeiras e agentes estratégicos locais, como professores, pescadores, comerciantes, guias de turismo, escolas de surf, barracas de praia, corpo policial e de bombeiros. São divulgados telefones emergenciais de resgate da Aquasis e orientações sobre como proceder, ajudar e prestar primeiros socorros aos animais encalhados vivos.


Essa é a terceira expedição de monitoramento e educação realizada este ano pelo projeto, que conta com o patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental e apoio do SESC/CE. Desde 2010, quando foram iniciadas as atividades de monitoramento, já foram realizadas mais de 20 viagens e resgatados mais de 250 mamíferos marinhos, principalmente golfinhos e filhotes da espécieTrichechus manatus, o peixe-boi marinho.



A equipe do Projeto Manatí monitora toda a costa do estado periodicamente cobrindo trechos pré-determinados do litoral cearense. No ano de 2014, foram percorridos os trechos entre Pontal das Almas (município de Barroquinha) até a Praia de Almofala (Itarema) e o trecho entre a margem leste do Rio dos Torrões (Amontada) até a Praia do Icaraí (Caucaia). Nestas expedições foram encontradas três carcaças de boto-cinza, mamífero marinho com maior número de encalhes no estado, que sofre com a captura acidental em redes de pesca. Dessa vez, o trecho monitorado foi a orla de Fortaleza, da praia de Iparana até o Caça e Pesca.

Segundo Ana Carolina Meirelles, bióloga coordenadora do Projeto Manatí, “o processo de monitoramento da costa e estudo detalhado das carcaças é muito importante para a preservação dos mamíferos marinhos”, principalmente para o peixe-boi, espécie pouco conhecida pela comunidade científica devido à sua difícil observação.



Através do registro das carcaças, a equipe do projeto pode extrair diversos dados biológicos, como hábitos alimentares e reprodutivos, áreas habitadas e principais causas de mortalidade dos animais encontrados. Ana Carolina explica: “é a partir desse conhecimento vital que nós podemos delinear ações para a conservação das espécies, como os projetos de proteção de áreas de manguezais ou o projeto de Lei Municipal no. 9949 de 2012, que declara o boto-cinza como Patrimônio Natural de Fortaleza". 

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