O golfinho-cabeça-de-melão (Peponocephala electra) resgatado pela equipe do Projeto Manatí no início da tarde do dia 09 de julho não resistiu por muito tempo e morreu durante a noite do mesmo dia. Segundo o relato dos moradores da praia da Emboaca, no Trairi, que auxiliaram no resgate, o encalhe havia ocorrido na manhã do dia anterior. Após realizarem sucessivas tentativas sem sucesso de devolvê-lo ao mar, entraram em contato com a equipe do projeto. Apesar dos esforços dos técnicos e do tratamento que o animal recebeu, não foi possível reverter o grave quadro de saúde.
Tratava-se de uma fêmea jovem, de 2,28m de comprimento e peso de 100kg. O golfinho estava apático, aparentemente inconsciente, sem reflexos e com capacidade de natação e flutuação muito reduzidas. Apresentava também um discreto emagrecimento, desidratação, sintomas de pneumonia, gastrite e infecção intestinal, além de um ferimento profundo na região do esterno provocado por tubarão-charuto.
O golfinho foi mantido apoiado por um técnico na água durante todo o atendimento, enquanto recebeu intensivo tratamento de suporte, foi hidratado e foram feitos curativos nos ferimentos. O animal apresentou sintomas de choque por estresse e convulsões durante a tarde, que foram revertidos com uso de medicamentos, porém outro episódio ocorreu durante a noite e ele não resistiu.
A carcaça foi levada para o Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos da Aquasis para realização da necropsia e investigação da causa da morte. No exame foram constatadas lesões severas em diversos órgãos, o que levou à suspeita de infecção generalizada, além de provável tumor nos linfonodos e uma intensa infecção por parasitos nos seios cranianos, o que provocou grande desorientação, dificuldade para se alimentar e se comunicar com outros indivíduos de sua espécie. Debilitado e sem conseguir acompanhar o grupo, o animal acabou encalhando.
Golfinhos encalhados vivos geralmente encontram-se em estado de saúde grave. Mesmo com baixas taxas de sucesso na recuperação, situação comum a diversas instituições que atendem esses animais em todo o mundo, é importante que seja feita uma intervenção rápida para aumentar as chances de sobrevivência e proporcionar um maior bem-estar. Em cada encalhe as equipes adquirem um maior conhecimento sobre o manejo e as doenças que afetam esses animais, melhorando o diagnóstico e formas de tratamento.
A Equipe do Projeto Manatí, que é executado pela Aquasis e SESC Ceará, com patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, alerta para que sempre que forem encontrados mamíferos marinhos encalhados vivos, seja realizado um contato imediato solicitando o resgate através dos telefones de contato. Mesmo com boa intenção, nunca tente devolver um animal para o mar sem uma avaliação técnica, pois você poderá comprometer ainda mais seu estado de saúde.
TELEFONE DE RESGATE DO PROJETO MANATÍ: (85) 3318-4911 e (85) 9675-0665
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